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quarta-feira, 23 de março de 2022

O SURGIMENTO DA IMPRENSA NO BRASIL

Rádio - 90 Anos - Observatório da Imprensa

Brasil Flash TV International - Homenagem a Imprensa - Casa Brasil - Lie...

BLOG CHICO DO RADIO JOÃO PESSOA PB 23 DE ,MARÇO 2022 Homenagem à imprensa (1970)

BLOG CHICO DO RADIO JOÃO PESSOA PB Carro movido a lenha! (Benedito Novo - SC)

BLOG CHICO CO RADIO JOÃO PESSOA PB 23 DE MARÇO 2022 BAIÃO DO CABRA CHICO

oBLOG CHICO DO RADIO PB 23 MARÇO 2022 Amor Que Não Chora

BLOG CHICO DO RADIO JOÃO PESSOA PB 23 DE MARÇO 2022 Nordeste Prá Frente

sexta-feira, 4 de março de 2022

Deixe o mundo girar

Renato e seus Blue Caps - Pout Pourri (Urgente - Leia a Descrição do Vídeo)

Buiú e o Pirão - Marco di Aurélio

Ronnie Von - A Praça

Bolsonaro e Putin fazem Vera Magalhães dar vexame!

Para-Choque de Caminhão: Frases e Pensamentos 012

Ponce: Estrellita - Violinist Ray Chen and Amsterdam Sinfonietta - Live ...

Vida na roça

Di Cavalcanti (1897 - 1976)

Reinaldo Azevedo surta completamente - Retrato do fim do jornalismo

RAUL SEIXAS - TriGO!

Toinho Vanderlei canta "DEPOIS"

Louis Armstrong, I Get Ideas When We Are Dancin’, Liederhalle Stuttgart ...

Advertência

BLOG CHICO DO RADIO PB 04 03 2022 O BRASIL MATA MAIS QUE AS GUERRAS NO MUNDO

 

MAIS ARMAS, MENOS MORTES

O número de assassinatos no Brasil caiu 7% em 2021 na comparação com o ano anterior. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, com base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Em todo o ano passado, foram registradas 41,1 mil mortes violentas intencionais no país – 3 mil a menos que em 2020. Trata-se do menor número de toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2007.

Segundo especialistas do FBSP e do NEV-USP, ouvidos pelo G1, o menor número de mortes é motivado por um conjunto de fatores, incluindo: profissionalização do mercado de drogas brasileiro; maior controle e influência dos governos sobre os criminosos; apaziguamento de conflitos entre facções; políticas públicas de segurança e sociais; e redução do número de jovens na população.

Em primeiro lugar, vale dizer o óbvio: mais de 40 mil assassinatos num ano não é um patamar aceitável. Mas como o Brasil já bateu a marca de 60 mil mortes, claro que é legítimo comemorar a tendência de queda. O Brasil ainda é um país muito violento, com bastante impunidade, com a maioria dos homicídios sem solução legal, e esse é o maior convite ao crime que existe, pois o crime é uma escolha.

Em segundo lugar, os especialistas apontam vários motivos, mas só não mencionam a maior quantidade de armas na mão de cidadãos ordeiros. O instrumento encontrado pelo governo Bolsonaro, que apoia esse caminho, foi facilitar a compra de armas pelos CACs, já que algumas medidas provisórias foram derrubadas por um Supremo ativista e desarmamentista, tão imbuído da mentalidade “progressista” sobre criminalidade que chegou a vetar operações policiais com helicópteros em favelas.

Durante décadas escutamos falar da letalidade da polícia, da vitimização dos marginais, que seriam “vítimas da sociedade”, e da narrativa fajuta e preconceituosa de que o crime é uma consequência da pobreza – basta verificar que a maioria dos moradores de favelas é gente trabalhadora e honesta para rebater esse discurso.

O que os conservadores entendem é que crime se combate com mais firmeza na punição, com mais risco para o criminoso, inclusive na possibilidade de uma reação em legítima defesa. Se aceitarmos o crime como uma escolha racional de alguém sem muito escrúpulo, então fica evidente que é necessário aumentar o custo/risco do ponto de vista do criminoso. E uma população de cordeiros desarmados é o oposto disso, uma tentação para qualquer marginal.

Em 2020, alta na posse de armamentos foi de 97,1% após flexibilização de regras promovidas por Bolsonaro, segundo o anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Claro que é preciso tomar cuidado com causa e efeito, pois correlação nem sempre é causalidade. Mas a esquerda garantiu que mais armas nas mãos da população significaria mais crimes violentos, e o que observamos é justamente o contrário. Não acredito que esse seja o único ou mesmo o principal fator de redução na taxa de homicídio, mas são os esquerdistas que devem boas explicações – e eles sempre fogem pela tangente.

O que podemos afirmar, com toda a convicção, é que temos hoje mais brasileiros decentes armados, e menos assassinatos no país. Especialistas defensores do direito de legítima defesa não ficaram surpresos

CORDEL DOS TAGARELAS (Mestres da Cantoria de Repente) poesia cordel vers...

Maringa - Leo Marini - Sonora Matancera

POESIA E PROSA COM MARIA BETHÂNIA | Ep.4 CASTRO ALVES (1/5)

Recitando 5ª edição

EX-CORNO NÃO EXISTE - CARNAVAL 2022

Lula ameaça com censura da mídia e sugere limite para a internet

Destino - Marco di Aurélio

Clipe Oficial do Bloco Rola Cansada

Girassol na Janela de Paulão Santos e Parrô Mello

Ratumanos - Helio Crisanto

Homenagem à Cantoria - Episódio 02 (Mestres da Cantoria de Repente) poes...

A IRREVERÊNCIA DO CARNAVAL DO RECIFE

Guaglione-Ciliegi rosa-Patricia P. Prado

recife acordou chorando

"Miss Feiura Nenhuma" de Jessier Quirino - Sr. Brasil

BLOG CHICO DO RADIO PB 04 04 2022 SEM LIBERDADE DE IMPRENSA NÃO HÁ DEMOCRACIA

 

Liberdade de expressão e notícias falsas | Gazeta de Vargem Grande 

Frases sobre Liberdade de Imprensa - Frases Curtas

BLOG CHICO DO RADIO PB 04 04 2022 EM DEFESA DA IMPRENSA ESCRITA DO BRASIL


 


 
Porte de arma pode transformar jornalista em alvo, alerta Fenaj - Portal  IMPRENSA - Notícias, Jornalismo, Comunicação


JORNALISMO INVESTIGATIVO E LIBERDADE DE IMPRENSA: QUAIS OS LIMITES DO  JORNALISTA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO? – BM&F


BLOG CHICO DO RADIO PB 04 DE MARÇO 2022 OBSERTARIO DA IMPRENSA DOCUMENTARIO E A IMPRENSA ESCRITA HOJE COMO ESTA SOBREVIVENDO

 

 

 

 

 A força das palavras – Como o impacto da palavra certa na hora certa pode mudar o conteúdo de uma mensagem e alterar a vida das pessoas.

 

A inovação no jornalismo pela visão de produto

(Foto: Unsplash)

Qual o futuro do jornalismo? A pergunta, que pode gerar esperança ou desespero, martela na mente dos profissionais da redação à direção comercial – além dos pesquisadores, é claro. Enquanto a preocupação dos primeiros está mais relacionada às condições de trabalho e transformações nos formatos jornalísticos, a atenção dos segundos está voltada para manter o equilíbrio entre o capital econômico e político do negócio jornalístico.

Das redações internacionais aos veículos nativos digitais independentes essa pergunta continua sendo feita ano após ano e sempre com um prognóstico não muito favorável para quem quer viver da produção noticiosa. Neste Comentário da Semana, proponho a reflexão sobre como os estudos e experiências em produtos digitais podem contribuir com o desenvolvimento de produtos jornalísticos – os chamados News Products – promovendo novas fontes de receita para os veículos digitais. Também levanto dilemas e desafios que podem emergir deste encontro, considerando que esta é uma metodologia nascida nas empresas de tecnologia e exige adaptação na cultura organizacional. Antes disso, faço um breve levantamento sobre as bases do Product Thinking.

O que é mentalidade de produto, afinal?

O Design de Produto já é uma disciplina solidificada no desenvolvimento de produtos físicos, quando era chamado de Design Industrial, desde a metade do século XIX. Reunindo  conjunto de conhecimentos, metodologias e técnicas de pesquisa e desenvolvimento, os designers de produtos foram responsáveis por criar objetos físicos alinhados às demandas do público. De modo resumido, o objetivo é desenvolver produtos adequados às necessidades de uma pessoa, buscando o melhor custo-benefício e contribuir com as metas do negócio. O mouse do computador, por exemplo, foi sendo aperfeiçoado ao longo dos anos devido aos estudos de design industrial.

Este conjunto de saberes foi adaptado para o meio digital, mantendo 3 pilares básicos: a experiência do usuário, os objetivos do negócio e a disponibilidade tecnológica. Para complementar, a captação de dados em ambientes digitais abriu alas para que a mentalidade de produto (ou product thinking) também fosse pautado pela análise de dados.

A partir de então, os produtos digitais passaram a incrementar as métricas nas tomadas de decisões para criação, otimização e expansão dos negócios. A mentalidade de produto, em suma, é uma abordagem teórica e metodológica que combina inovação, design thinking e negócios.

Esta abordagem ganhou força em times de tecnologia de start-ups, fintechs e big techs e, nos últimos anos, está entrando em redações, especialmente naquelas que nasceram já no ambiente digital. Em contraponto a uma abordagem tradicional, as estratégias de produto destas equipes são pautadas em pequenas entregas, passíveis de testes, colocadas no ar já considerando otimizações futuras. Essa característica tem encontrado espaço no contexto de inovação jornalística, que vive um momento de implementação de novas tecnologias para narrativas, formatos e modelos de negócios digitais.

Produtos estão contribuindo com rentabilidade das organizações jornalísticas

O potencial da mentalidade e as metodologias de produtos digitais está na aplicação em redações enxutas – desde que com equipe diversificada – até nos grandes veículos. Como o modelo de negócio baseado em venda de mídia deslocou do jornalismo para as big techs, todas as empresas jornalísticas se viram obrigadas a repensar as fontes de monetização em um lugar onde ninguém quer pagar por informação.

A estratégia de paywall tem se sustentado em veículos tradicionais, que já cultivaram uma audiência, mas não é igualmente rentável em jornais independentes e de localizações não-centrais que não têm fluxo suficiente de audiência pagante. Já os modelos de crowdfunding e assinatura se mostraram promissores, porém, sem um planejamento adequado de recorrência e escalabilidade, a tendência era perder o engajamento da audiência no médio prazo.

O foco na centralidade do usuário e nos objetivos de negócio aprofunda o uso de diferentes estratégias de monetização pelas organizações jornalísticas. Já em 2014, Caio Túlio Costa reconhecia que o modelo de negócios que atua para além da informação seria uma das soluções para o jornalismo digital, dando a eles o nome de “serviços de valor adicionado”,

“Trata-se de expressão emprestada da indústria das telecomunicações e usada para definir aqueles produtos ou subprodutos que não fazem parte do coração da empresa. Em tese, não são a principal fonte de recursos. A expressão se refere a produtos capazes de ajudar a promover o principal serviço e ainda assim trazer faturamento”. (COSTA, 2014).

Neste sentido, a mentalidade de produto apresenta ferramentas teórico-metodológicas para tornar esses serviços factíveis e sustentáveis. Apenas para exemplificar, atualmente a Técnica do Duplo Diamante, um método do Design Thinking, tem sido uma das técnicas mais utilizadas entre as equipes de produto em empresas de tecnologia. Existem vários métodos, é claro; o diagrama apenas ilustra como aborda o desenvolvimento de um produto digital.

Técnica Duplo Diamante (Fonte: UX Collective)

 

Analisando o cenário brasileiro pós-pandemia, Santos et a.l verificaram que, de fato, os veículos digitais brasileiros estão apostando em diferentes formas de monetização para conseguir conciliar jornalismo de qualidade e rentabilidade da organização.

Em suas perspectivas sobre os modelos de negócio para a indústria 4.0 de notícias no Brasil, os pesquisadores acreditam que o desafio das organizações jornalísticas brasileiras estará pautado em três fatores: padrão de qualidade, capacidade de implantar novos produtos e serviços e recursos financeiros limitados.

A pesquisa revelou que, mais do que apostar em inovações tecnológicas – ainda não acessíveis para todos os tipos de organizações (concentrando sobretudo no eixo Rio-São Paulo) – as organizações jornalísticas estão se apoiando nas inovações em produtos. Os veículos buscam na variação dos modelos de negócio maneiras de diversificar renda com o lançamento de produtos e serviços: programa de assinaturas, clube de benefícios, programas educacionais, monetização de vídeos, etc.

Desafios e dilemas

Claro que as potencialidades de aplicar a visão de produto nas organizações jornalísticas existem, mas devemos reconhecer que até mesmo na indústria da tecnologia a mentalidade de produto passa por entraves.

A partir das suas experiências como jornalista e diretora do produtos no Jota, Paty Gomes, compartilhou seu aprendizado sobre as principais dificuldades de desenvolver produtos digitais no veículo. Para ela, os mais significativos foram:

  1. Noção de pronto – uma percepção que para o jornalismo vem após a publicação e para o product thinking não acaba até a finalização do produto (o que pode levar meses ou anos);
  2. Colaboração – pilar fundamental do trabalho de produto que conflita com a cultura das redações tradicionais, que tendem ao individualismo e fragmentação da produção noticiosa;
  3. Audiência – as metodologias de produto exigem o conhecimento detalhado da audiência, o que pode implicar em conflitos éticos de enviesamento e comprometimento editorial;
  4. Experiência do usuário – ponto central das atividades de um product designer, a experiência nos veículos digitais ainda não prioriza as jornadas de uso como forma entregar melhores produtos e serviços;
  5. Mercado – refere-se às especificidades de atuação da organização, latente em veículos especializados, que se encontram na intersecção entre o nicho e a empresa jornalística;
  6. Modelos de negócio – as organizações precisam apostar em novos modelos de monetização, uma vez que o paywall, assinatura, anúncios e doações podem não serem suficientes para manter a sustentabilidade do negócio.

Acrescento mais um ponto: a capacitação de jornalistas para a área de produtos. Este é um conhecimento que todos na redação devem desenvolver ou apenas os especialistas em produto digitais?

Sabemos que as exigências sobre a atuação do jornalista se acumulam, especialmente em veículos independentes e fora dos centros urbanos. E as experiências nas empresas de tecnologia salientam a importância de uma equipe diversa, estruturada e com abertura para promover mudanças fundamentais nos rumos dos produtos comercializados. Portanto, organizações que quiserem se apropriar das metodologias e benefícios do product thinking precisam estar abertas, de fato, para a inovação.

Iniciativas que unem jornalismo e abordagem de produto

A abordagem de produto para viabilidade dos negócios jornalísticos já vem sido promovida por diferentes meios. Em Santa Catarina, a Associação Catarinense de Imprensa firmou parceria com a pré-incubadora Co-creation Lab, criadora da metodologia TXM (Think – Experience – Manage) para desenvolvimento de novos negócios. A iniciativa, que aconteceu em 2020, mostrou como a mentalidade de produto pode fortalecer o jornalismo local e fomentar o empreendedorismo entre os jornalistas.

Em 2021, a SembraMedia publicou uma Guia para Desenvolvimento de Produtos Digitais para o contexto latino-americano. O conteúdo é interativo, com exercícios, ensina pilares desde a ideação até a construção da cultura de produto nas redações.

Além deles, vale acompanhar eventos de inovação no jornalismo, como o SRCCON:PRODUCT e News Product Summit, que tem compartilhado experiências de jornais a partir do desenvolvimento e otimização de produtos.

O Observatório da Imprensa exibido na terça-feira (18/12) pela TV Brasil apresentou a terceira e última parte da série sobre os impactos da chegada da família real ao país, ocorrida em 1808. Participaram do programa pelo estúdio do Rio de Janeiro as historiadoras Isabel Lustosa e Mary Del Priore e, em São Paulo, o professor e escritor Antonio Fernando Costella.


A historiadora Mary Del Priore é doutora pela USP e escreveu mais de 25 livros sobre História do Brasil. O mais recente, O Príncipe Maldito, conta a história do herdeiro da família imperial escolhido para suceder o avô Dom Pedro II, último imperador do Brasil. Isabel Lustosa é doutora em Ciência Política pelo IUPERJ, pesquisadora da Casa de Rui Barbosa e especialista em história da imprensa brasileira e sátira política. Escreveu D. Pedro I – Um herói sem nenhum caráter. Antonio Fernando Costella, escritor, foi professor universitário por mais de três décadas. Publicou mais de 30 livros entre obras técnicas nas áreas de Direito e História da Comunicação e da Arte e literatura.


A presença da Corte no Rio de Janeiro obrigou o Brasil a modernizar-se. Em pouco tempo, a colônia atrasada, onde não era permitido qualquer tipo de impressão por ordem do Rei, passou ser sede do reino. A partir da necessidade de a Corte comunicar-se com os súditos, D. João VI criou a Impressão Régia. A primeira tipografia brasileira publicou alguns livros e decretos até que, em 10 de setembro de 1808, lançou a Gazeta do Rio de Janeiro. O jornal era redigido por frei Tibúrcio José da Rocha, um frade franciscano, e publicava atos do governo, notícias sobre a Europa traduzidas de jornais portugueses e ingleses, e notas sobre o cotidiano da cidade. Desde agosto do mesmo ano, já circulava clandestinamente no Rio o Correio Braziliense, redigido pelo jornalista gaúcho Hipólito da Costa, em Londres. A publicação pretendia difundir no Brasil e em Portugal as idéias que circulavam na Europa. Os dois periódicos atuavam em planos diferentes, mas eram complementares.


‘De maio de 1808 até setembro de 1822, nasceu uma nação. Em apenas 14 anos aquele imenso território, descoberto pouco mais de 300 anos antes, transformou-se em país. O imenso salto foi facilitado por muitos fatores, mas a imprensa foi decisiva, fundamental. A imprensa oxigenou aquele ambiente sufocado pela censura. A imprensa trouxe idéias, aproximou o país do mundo, estimulou as ciências e a cultura’, disse Alberto Dines no editorial que precedeu o debate ao vivo [ver íntegra abaixo]. Para o jornalista, os dois periódicos são, de certa forma, os pais da imprensa brasileira. ‘O nosso país é uma criação de uma prensa tipográfica. Isso não pode ser esquecido.’


Dois marcos controversos


A historiadora Mary Del Priore analisou a função da Gazeta do Rio de Janeiro na vida da cidade. Para ela, foi fundamental o seu papel de observador social das modificações que o país passou a partir de 1808. A Gazeta teria captado a efervescência das mudanças econômicas, culturais e educativas e também no perfil da venda de produtos de consumo. Na opinião da historiadora, por intermédio dos anúncios desfilaram pelo jornal diversas ‘fisionomias’, oferecendo itens até então raros na colônia, como aulas de dança, equitação e pintura com mestres estrangeiros.


A publicação, também serve como fonte de pesquisa sobre os escravos. A mão-de-obra afrodescendente era frequentemente exposta nas seções de comércio, mas através das notícias de fugas pode-se ver um ‘instantâneo’ das condições precárias de vida a que estavam submetidos. Para encontrar negros fugitivos, os senhores os descreviam com detalhes que revelam os maus-tratos.


O desprezo com que Hipólito da Costa se referia à Gazeta do Rio de Janeiro foi abordado por Antonio Costella, que comparou o comportamento do jornalista com ‘o que pensa o pássaro livre dos que vivem em gaiola’. Mesmo com a severa censura da época e as perseguições que sofreu, o jornal continuava circulando tanto em Portugal quanto no Brasil. Na prática, usufruía em Londres de uma liberdade que não existia no Brasil. O panorama mudou, na visão de Costella, com o ‘Aviso’ publicado por Pedro I, em 28 de agosto de 1821, que instaura a liberdade de imprensa no país, ainda em tempo – embora pouco – de os meios de comunicação participarem do movimento pela independência.


Por meio do Correio Braziliense, Hipólito da Costa formulava políticas públicas para o Brasil, na opinião de Isabel Lustosa. Ao criticar a administração portuguesa, a falta de liberdade e o monopólio comercial, apontava novos caminhos para o país. A historiadora explicou que Hipólito era um defensor da liberdade de imprensa. O jornalista via o trabalho escravo como prejudicial não só para a economia, como para os costumes, a cultura e a educação. As idéias do jornalista teriam influído na geração que lutou pela independência. Lustosa exaltou o papel informativo da Gazeta do Rio de Janeiro e lembrou que os anúncios eram uma forma de comunicação que não existia. Para os historiadores a obra seria uma preciosidade, pois informa como as pessoas viviam no início século 19.


O nordeste nos primórdios da imprensa brasileira


Mas o período não foi só marcado pelo lançamento da Gazeta do Rio de Janeiro e do Correio Braziliense. Mary Del Priore comentou o surgimento de A idade de Ouro no Brasil, publicado em 1811, na Bahia, com a licença de D. João VI. Para a historiadora, assim como as outras duas publicações, o jornal baiano também oferece uma dimensão das mudanças estruturais do país após a chegada da Corte. O diferencial seria o realce no desenvolvimento do interior do Brasil, com obras públicas como a abertura de estradas, construções de pontes e mudanças na comunicação entre as províncias. ‘A Idade do Ouro acaba sendo um grande espectador dessas transformações’, disse.


Mary Priore também comentou o trabalho das mulheres nas primeiras décadas de imprensa no Brasil. O Espelho Diamantino, o Espelho das Brasileiras e o Correio de Senhoras foram exemplos de publicações citadas pela historiadora.


A atividade de dois ‘grandes panfletários’ de Pernambuco no século 19 chamou a atenção de Isabel Lustosa. Cipriano Barata, editor da Sentinela da Liberdade, e Frei Caneca, criador do Tifis Pernambucano, seriam exemplos do desejo de autonomia e de defesa da pátria dos pernambucanos. Antonio Costella citou outros jornalistas que levantaram o debate sobre a independência: Gonçalves Ledo, Luiz Augusto Maia e Soares Lisboa. Costella afirmou que a linguagem usada pelos jornalistas revela um sentimento de conflito entre os veículos e um radicalismo que acabou. Hipólito da Costa não participaria das acaloradas discussões entre os jornais da época. ‘Talvez nunca mais tenhamos tido tanta liberdade de imprensa no Brasil como tivemos no Primeiro Reinado, apesar de alguns atentados e agressões, ou como tivemos no Segundo Reinado’, avaliou.


Os insultos impulsionados pelo anonimato


Isabel Lustosa comentou alguns pontos da sua obra Insultos Impressos, que abrange o período entre 1821, quando a imprensa é liberada, até a dissolução da Constituinte, em novembro de 1823. A historiadora explicou que todos os jornais entravam no debate com boas intenções. A liberdade de imprensa instaurada na Revolução do Porto, em Portugal, instituiu o direito ao anonimato: ‘Havia seções de `cartas´. Você sabia quem era o editor do jornal, mesmo ele não assinando. Se ele se zangava com alguém, se ele achava que a idéia política do outro ela uma idiotice, ele começava as ofensas ali na seção de cartas. O fato é que alguns chegaram às vias de fato’, disse.


Antonio Fernando Costella avaliou como fundamental a importância do Correio Braziliense em Portugal. Para ele, o periódico registrou com precisão desde as invasões napoleônicas até o movimento de independência. ‘Para quem lê o Hipólito da Costa pela primeira vez, a impressão que fica é que ele está falando mais de Portugal do que do Brasil, o que de fato é, em termos de legislação. O foco mesmo era Portugal’, explicou. O escritor ponderou que, pelos critérios de hoje, o Correio seria mais parecido com uma revista por ter muitas páginas, cerca de 200, e poucas notícias urgentes. O jornal tinha todo o tipo de informações, não era só político ou doutrinário. ‘Registrava o que estava acontecendo em vários planos do conhecimento’, observou.


Um telespectador perguntou a Mary Del Priore como ela compara a imprensa de hoje com a de duzentos anos atrás. Para ela, atualmente, a imprensa carece opinião crítica. Faltaria reflexão, curiosidade, malícia e arrogância, atributos essenciais na era joanina. Costella explicou que Hipólito da Costa tinha informantes em diversos lugares – e só ele tinha informantes do Brasil – e que as cartas que o serviço de correios trazia serviram de base para vários furos de reportagem: ‘O grande pai da imprensa, sem dúvida, foi o correio, a carta.’


No encerramento da edição, Alberto Dines explicou que o programa fará uma pausa nas próximas semanas e voltará logo após o carnaval, ‘sempre comprometido com a idéia de que é preciso ler os jornais de outro jeito.’

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